quinta-feira

Banco do Brasil também socorreu Petrobras com empréstimo milionário

Antes de tomar empréstimo da Caixa Econômica Federal, a Petrobras também recorreu ao Banco do Brasil no fim de outubro. Num momento de crise no crédito e falta de dólares para exportação, a maior empresa brasileira fez uma operação de R$ 750,99 milhões com o BB, informa reportagem de Leandra Peres e Juliana Rocha na Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

Procurado, o BB não se manifestou sobre a operação.

Nesta quinta-feira, a Folha noticiou que a petrolífera já havia tomado R$ 2,022 bilhões junto à Caixa. A Petrobras recorreu à Caixa porque o BB já havia chegado ao limite de empréstimos à petroleira.

Em nota, a Petrobras informou que os empréstimos serviram para "reforçar o capital de giro" da companhia.

Imagem: www.caixapreta.blog.br/

terça-feira

Marola


Charge no adufu.org.br

Corre na internet


Dicionário terminológico da Esquerda

autor: ????



“REACIONÁRIO, FASCISTA ou NEOLIBERAL” = Alguém que defende valores morais e democráticos, tais como liberdade individual e propriedade privada, por exemplo.

"LUTA DE CLASSES" = Termo amplo que pode significar desde a usurpação de bens privados até o genocídio. Justificativa pra um marginal estuprar durante 4 dias uma menina de origem hebraica e depois matá-la com requintes de crueldade.

"IMPERIALISTA" = Investidor estrangeiro que gera empregos no país no qual ele aplica seu capital.

"IMPERIALISMO ESTADUNIDENSE": Incrível dor de cotovelo de um país com tanta gente cheia da grana, que vive e come o que quiser. Onde domésticas comem em restaurantes chiques e é possível comprar um carro 0 km por R$80,00 dólares mensais.

"DEMOCRACIA BURGUESA" = A democracia.

"DEMOCRACIA SOCIALISTA" = Ditadura no molde castrista ou stalinista.

"JUSTIÇA SOCIAL" = Injustiça socialista. Ex: desapropriação

"TERRORISMO DE ESTADO DE ISRAEL" = A guerra convencional e legítima de Israel contra grupos como o Hezbollah ou Hamas, estes sim, terroristas.

"MOVIMENTOS SOCIAIS" = Grupos organizados que pregam desde privilégios ou até mesmo, terrorismo. (MST, MLST, FARCs e PCC)

"LATIFUNDIÁRIO" = O agricultor ou pecuarista que produz alimentos de uma forma infinitamente mais eficaz e rápida do que na agricultura familiar, e com um custo final menor para o consumidor.

"ELITE INTELECTUAL FORMADORA DE OPINIÃO" = Pessoas com exposição na mídia que só falam bobagens marxistas.

"PASTORAL DA TERRA" = Padrecos vermelhos da condenada e herética ‘’teologia da libertação’’ que têm a cara de pau de dizer que são cristãos.

"A CULPA É DO BUSH" = A culpa é nossa mesmo.

"JOVEM, O AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL" = Estudante de universidade pública federal, membro do DCE, militante do PT, PSOL ou PSTU e que usa camisa do Che Guevara, boina com um bottom de estrela vermelha (ou foice e martelo), vagabundo, sujo, vândalo e quase sempre maconheiro.

"ELITE ECONÔMICA DO PAÍS": Pagadores de impostos, pessoas que trabalharam e prosperaram mesmo estando num país tão adverso quanto o nosso.

"SER EXPLORADO PELO SISTEMA"= sair para trabalhar como todo cidadão decente.

“PÁTRIA LIVRE” = País cuja população é governada por ditaduras totalitárias sempre de cunho fascista ou socialista.

"HOMEM DE LUTA" = Facínora que rouba, tortura, mata e provoca desordem social. Tudo pela causa.

“IMPRENSA GOLPISTA OU MANIPULADORA” = Imprensa livre.

"IMPRENSA DEMOCRÁTICA" = Imprensa controlada pelo governo e pelo partidão.

“SOBERANIA” = Liberdade e independência para o estado perseguir, expropriar, dominar, torturar e matar aqueles que o opuser.

"POVO" = Membros do partidão

"VÍTIMA DA DESIGUALDADE SOCIAL" = Bandidos de toda espécie (assassinos, estupradores, assaltantes, etc...).

DIREITOS HUMANOS – Simpatia por bandidos.

PRECONCEITO = Discordar da esquerda

"REVOLUÇÃO" = Quando um esquerdista chega ao poder.

"GOLPE" = Quando um esquerdista SAI do poder.

''RESPONSABILIDADE SOCIAL'' = Conversinha fiada que permite ao Estado obrigar as firmas a cuidarem das creches e quejandos, enquanto se dedica exclusivamente a envenenar os espíritos e colher impostos da árvore de discórdia que ele mesmo plantou, diretamente ou via ongs.

''MINORIAS'' = Palavra jamais desacompanhada do adjetivo “excluídas”, autêntica matéria prima dos movimentos revolucionários que descobriram que um homossexual enragé é mais útil ao Estado do que um homossexual normal, que só é útil para ele mesmo.

''COTAS'' = Forma simulada de racismo pra chamar negros de incompetentes.

''ÉTICA'' = Palavra usada freqüentemente por todos aqueles que, acusando os outros, pretendem esconder sua própria infâmia. Não é surpresa, portanto, que após vinte anos denunciando a falta de ética de todo o mundo, o Partido dos Trabalhadores revele se o maior especialista na sua supressão.

Foto:
http://www.jornalopcao.com.br/

domingo

OS REVANCHISTAS BRASILEIROS, A ANISTIA E CUBA


por Reinaldo Azevedo


O cubanófilos brasileiros — e o maior de todos eles, como sabemos, é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva — querem revogar a Lei da Anistia. Apenas para um dos lados, é claro. Aqueles que aplicaram a Manual da Guerrilha, de Carlos Marighella, continuariam por aí — ou melhor: por lá. Alguns dão expediente no Palácio do Planalto. O manual de Marighella fazia a defesa do terrorismo. Segundo a Constituição brasileira, terrorismo é crime imprescritível.

A lambança em relação ao assunto obedece ao jeito petista de fazer as coisas. Começou com os ministros Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), um tanto modestamente. De saída, ninguém comprou a tese porque, afinal, a Lei da Anistia é clara e tem uma historia política, comprometida com a pacificação do país. Eles insistiram. O PT chegou a divulgar uma nota dizendo que não era o caso de rever nada. A tese da dupla ganhou alguns simpatizantes na imprensa — os isentos de um lado só, velhos conhecidos. O parecer da Advocacia Geral da União (AGU), que só cumpriu o seu dever técnico — até Tarso admite isso —, assanhou os “vitimistas” de plantão, alguns deles usuários práticos do manual do bom terrorista de Marighella.

Lula estaria pressionando a AGU por um parecer “neutro”, já que a questão acabará mesmo sendo decidida pelo STF. Se isso acontecer, AGU pra quê? Que seja substituída pelo Magistrado-em-chefe: o próprio Apedeuta.

Mas volto ao primeiro parágrafo. Apedeutakoba, que deixou prosperar esse debate bizantino, lembrou de pedir a Barack Obama o fim do embargo a Cuba. Embutiu a sua reivindicação nas primeiras palavras de saudação ao presidente eleito dos Estados Unidos. Lula quer uma espécie de “anistia” histórica para o regime criminoso de Fidel e Raúl Castro sob o pretexto de que está defendendo os interesses do sofrido povo cubano. O embargo, hoje, já não tem efeito pratico nenhum. A ditadura e a miséria em Cuba são obras dos facínoras que a governam e nada tem a ver com o dito-cujo. Seu fim, sem a exigência da contrapartida democrática, seria admitir a tirania como aceitável.

Não! Os cubanófilos não querem saber de anistia política em Cuba. Tampouco de condenar torturadores — porque, claro, teria de começar pelo seus dois maiores homicidas: Fidel e Raúl Castro. Ao contrário, não é? Lula está empenhado em garantir a sobrevida da ditadura desses dois humanistas, que são 2.700 vezes mais homicidas — considerando-se os mortos por 100 mil — do que a ditadura militar que houve no Brasil.

Assim, segundo os critérios do PT, as 424 (¹) mortes havidas durante a ditadura brasileira fazem os facínoras, mas as 95 mil (²) havidas em Cuba fazem os heróis. Essa gente pouco séria tem, no entanto, de ser levada a sério. E combatida.

***
(1) Os números não são meus. Estão no livro Dos Filhos Deste Solo, do petista Nilmário Miranda. Mas atenção! Pessoas mortas ou desaparecidas efetivamente ligadas a organizações de esquerda somam 293 (ver lista abaixo), incluindo guerrilheiros e terroristas que morreram de arma na mão e quatro justiçamentos (esquerdistas executados pelos próprios “companheiros”). Para se chegar a 424, incluem-se supostos casos, mas sem comprovação. A lista é esta:
ALN-Molipo – 72 mortes (inclui quatro justiçamentos)
PC do B – 68 (58 no Araguaia)
PCB – 38
VPR – 37
VAR-Palmares – 17
PCBR – 16
MR-8 – 15
MNR – 10
AP – 10
POLOP – 7
Port - 3


(2) Fidel mandou matar em julgamentos sumários 9 479 pessoas. Estima-se que os mortos do regime cheguem a 17 000. A fonte: O Livro Negro do Comunismo. Dois milhões de pessoas fugiram do país – 15% dos 13 milhões de cubanos. Isso corresponderia a 27 milhões de brasileiros no exílio. Dados esses números, Fidel matou, pois, 130,76 indivíduos por 100 000 habitantes; Pinochet, o facínora chileno, 24; a ditadura brasileira, 0,3.

O Coma Andante é 435,86 vezes mais assassino do que a ditadura brasileira, que encheu de metáforas humanistas a conta bancária de Chico Buarque. A história dirá quem foi Fidel? Já disse! Permaneceu 49 anos no poder; no período, passaram pela Casa Branca, lá no "Império" detestado por Niemeyer, dez presidentes!

Atenção: 78 mil pessoas morreram afogadas tentando fugir de Cuba. Sair de lá, como sabem, era e é proibido. Assim, o regime de Fidel matou 95 mil pessoas — o que torna o tirano 2.700 vezes mais assassino do que a ditadura brasileira.

Foto. O Globo.

terça-feira

Gilmar Mendes dá recado a Tarso e Dilma e lembra que crime de terrorismo também não prescreve na Constituição


Por Jorge Serrão

O presidente do Supremo Tribunal Federal deu ontem uma enquadrada nos radicalóides do desgoverno que desejam reinterpretar a Lei de Anistia de 1979. Em um recado direto aos ministros Dilma Rousseff e Tarso Genro (ex-guerrilheiros nos tempos do governo militar e que reclama ser a tortura crime imprescritível), Gilmar Mendes detonou: "O texto constitucional diz que também o crime de terrorismo é imprescritível".

Gilmar Mendes comentou que "essa discussão sobre imprescritibilidade é uma discussão com dupla face". A polêmica sobre a revisão da punição à tortura e terrorismo entrou na pauta política e jurídica depois que a Advocacia-Geral da União (AGU) se manifestou pelo fim do processo movido pelo Ministério Público em São Paulo contra o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi).

"É evidente que esse tema direitos humanos se presta a ideologizações e a politizações". Foi o recado de Gilmar Mendes ontem, em São Paulo, onde participou do seminário Democracia e Estado de Direito: o Judiciário em foco. "Tenho uma posição muito clara em relação a isso. Eu repudio qualquer manipulação ou tentativa de tratar unilateralmente os casos de direitos humanos, que devem valer para todos da mesma forma: presos, presidiários, ativistas políticos".

Na opinião do presidente do STF, "não é possível dar prioridade para determinadas pessoas que tenham determinada atuação política em relação a outras". Gilmar Mendes enfatizou: "Direitos humanos não podem ser ideologizados e é bom que isso fique muito claro. Nem direita nem esquerda. É um conceito que está numa declaração universal, tanto vale para o cidadão que está recolhido no presídio como vale para um eventual integrante das Farc."

Alerta Total

A polêmica sobre a anistia

Editorial Estadão

Obrigada a se manifestar numa ação movida na 8ª Vara Federal de São Paulo contra os coronéis reformados Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel, acusados pelo Ministério Público Federal de terem cometido crime de tortura durante a ditadura militar, a Advocacia-Geral da União (AGU) se encontra numa posição politicamente delicada.

Como a questão pode ter repercussões que ultrapassam o caso sob juízo, pois o Ministério Público pede na mesma ação a abertura dos arquivos do II Exército e a condenação da União por crime de omissão, o chefe da AGU, José Antonio Tóffoli, divulgou um parecer elaborado pelo procurador-regional da União, Gustavo Amorim, e pela advogada federal Lucila Garbelini, no qual afirmam que o processo do Ministério Público não tem fundamento jurídico. Segundo eles, a Lei da Anistia, que foi aprovada em 1979, se aplica tanto aos adversários do regime militar quanto aos agentes do poder público que eventualmente praticaram torturas e outros atos violentos contra presos políticos. "A lei traz um espírito de reconciliação e de pacificação nacional", afirmaram.

O parecer da AGU está sendo duramente criticado por setores do próprio governo, especialmente pelo Ministro da Justiça, Tarso Genro, e pelo secretário de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi. E, acionada pela ONG Center for Justice and International Law, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da OEA, anunciou que interpelará o governo brasileiro sobre a Lei da Anistia, pedindo esclarecimentos específicos sobre a anistia a torturadores do regime militar. Para a ONG, os tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário classificam a tortura como "crime contra a humanidade", motivo pelo qual esse tipo de delito seria imprescritível e torturadores não poderiam ser anistiados.

Como era de esperar, as críticas ao parecer da AGU deixaram os setores militares inquietos. O general da reserva Osvaldo Pereira Gomes, que participou da redação da Lei da Anistia, há 30 anos, acusou Genro e Vanucchi de "buscarem holofotes" e usarem "velhas bandeiras", em vez de assegurar o "aperfeiçoamento democrático". Na mesma linha, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que a Lei da Anistia perdoou tanto os militantes de esquerda quanto os militares que participaram nos confrontos do tempo da ditadura. A mesma opinião foi expressa informalmente por dois ministros do Supremo Tribunal Federal.

Em resposta, Vanucchi e integrantes da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos afirmaram que a AGU "extrapolou" suas atribuições, disseram que os autores do parecer agiram "sem conhecimento de causa e com abordagens superficiais" e ameaçaram renunciar, caso o órgão não volte atrás. "O parecer será utilizado por vários torturadores", disse o secretário de Direitos Humanos durante a entrega do Prêmio Vladimir Herzog, depois de enfatizar que teria o apoio da ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil. Por seu lado, Tarso Genro voltou a criticar a direção da AGU, afirmando que ela deveria ter apenas apresentado "manifestação formal de acompanhamento da ação" do Ministério Público, sem entrar no mérito da questão. "Com isso, ficaria claro que a União reconhece que é uma ação contra pessoas e não uma ação contra as Forças Armadas ou qualquer outra instituição policial da União", observou.

Procurando pôr água na fervura, o presidente Lula, em entrevista a jornalistas brasileiros durante sua recente viagem a Cuba, anunciou a convocação de uma reunião com o secretário dos Direitos Humanos e o advogado-chefe da AGU. "Farei de tudo para que seja encontrada uma solução. É preciso evitar qualquer transtorno nessa questão", disse ele no aeroporto de Havana.

Na realidade, Lula já deveria ter agido há três meses, quando Genro e Vanucchi começaram a defender punição para torturadores, reabrindo uma questão que parecia encerrada, uma vez que é evidente que, do ponto de vista jurídico, a Lei da Anistia perdoou os dois lados nos conflitos da ditadura. Tivesse agido antes, a crise não teria chegado a esse ponto.

segunda-feira

Jornalista do NYT que denunciou biritas de Lula lança livro


De Veja

A certa altura, em uma comemoração entre amigos no Rio de Janeiro, em maio de 2004, pediram ao americano Larry Rohter que cantasse. O então correspondente do The New York Times no Brasil levantou-se e entoou – com voz desafinada, segundo o relato – Apesar de Você, célebre canção de protesto disfarçado contra a ditadura militar. "Como vai proibir quando o galo insistir em cantar?", diz um dos versos.

Um dos presentes observou que Chico Buarque, autor da música, era partidário de Luiz Inácio Lula da Silva. Rohter apreciou a ironia: na sua interpretação improvisada, a letra voltava-se exatamente contra o governo Lula, que tentara expulsá-lo do país. O motivo dessa tentativa de intimidação – talvez o episódio mais vergonhoso das complicadas relações da administração petista com a imprensa livre – chega a ser trivial: uma reportagem sobre o notório gosto de Lula pelas bebidas alcoólicas.

O caso é narrado em detalhes por Rohter em Deu no New York Times (tradução de Otacílio Nunes, Daniel Estill, Saulo Adriano e Antonio Machado; Objetiva; 416 páginas; 39,90 reais), que chega nesta semana às livrarias brasileiras e do qual VEJA antecipa alguns trechos, com exclusividade, ao longo das próximas páginas.

Seu livro traz a visão crítica que se espera de um bom observador estrangeiro – as ilusões ufanistas e os vícios nacionais (a corrupção em particular) estão rigorosamente documentados. Mas é também uma obra muito generosa com o Brasil. A própria interpretação de Rohter para a tentativa de expulsá-lo em 2004 é, afinal, positiva. "O Judiciário agiu de maneira louvável. O pleno funcionamento das instituições brasileiras foi o grande destaque do episódio", disse ele, por telefone, de sua casa em Nova York, a VEJA.

Concorde-se ou discorde-se dele, Larry Rohter é um repórter inquieto, um representante da melhor tradição americana da liberdade de imprensa.

É bom que o galo cante sem precisar da autorização do mandante da ocasião.


Cachaça pode ter sido só desculpa. Jornalista incomodou Lula com caso Celso Daniel e Araguaia


Na interpretação apresentada em Deu no New York Times, o incidente da tentativa de expulsão vai mais fundo do que apenas ao copo de uísque presidencial. O governo já estaria irritado com Rohter por causa de reportagens anteriores – republicadas, com comentários do autor, no livro recém-lançado. Uma delas, de março de 2004, dizia respeito ao esforço de um governo de esquerda para manter ocultos os fatos sobre a guerrilha do Araguaia, na qual membros do PC do B e o Exército se enfrentaram entre 1970 e 1974.

Rohter lembrou uma dolorosa dívida moral do estado brasileiro para com os camponeses locais, que, pegos no fogo cruzado entre guerrilha e repressão, foram desalojados, torturados ou mortos pelas Forças Armadas. "Eles eram as principais vítimas do episódio, mas pareciam ter sido esquecidos por todos os outros protagonistas: Forças Armadas, governo e até os próprios guerrilheiros", escreve o jornalista. Outra reportagem, ainda mais incômoda para o governo, saíra um mês antes, em fevereiro de 2004.

Falava do assassinato do prefeito petista Celso Daniel, de Santo André, e lembrava as possíveis relações entre o crime e o esquema de corrupção que unia várias cidades administradas pelo PT, com a finalidade de arrecadar dinheiro para a campanha presidencial de Lula naquele ano de 2002. A rigor, como o próprio Rohter observa no livro, a reportagem não trazia novidades sobre o caso (que, passados quase sete anos, ainda está para ser esclarecido). Mas o governo brasileiro considerou constrangedor que esses fatos fossem publicados no Times em um momento em que Lula buscava credibilidade internacional.

Que se f*** a constituição. Quero que ele vá embora



De suas fontes no Planalto, o correspondente soube detalhes do que teria ocorrido na reunião ministerial que conduziu à malfadada decisão. O então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que poderia ser uma voz legalmente sensata no encontro, estava ausente, em compromisso na Suíça. Prevaleceram as opiniões alopradas de Luiz Gushiken e José Dirceu, que mais tarde tombariam nos escândalos do mensalão. A julgar pelo relato de Deu no New York Times, o próprio Lula aloprou: "De acordo com a mesma fonte, quando alguém objetou que me expulsar era inconstitucional porque minha mulher é brasileira, Lula replicou batendo na mesa e berrando, exaltado, ‘Que se f*** a Constituição! Quero que ele vá embora!’". Rohter permaneceu no país, graças a um pedido de habeas corpus impetrado pelo então senador Sérgio Cabral e aceito pelo juiz Francisco Peçanha Martins, do Superior Tribunal de Justiça. O governo recuou, buscando um acordo com o New York Times – que Márcio Thomaz Bastos tentou vender como um pedido de desculpas do jornal. "Foi pouco comum termos um incidente dessa ordem em um país democrático", diz Susan Chira, editora da seção Internacional do Times.

Leia a íntegra aqui.

Veja o trecho Lula e eu