quarta-feira

Governador colombiano foi sequestrado e morto pelas Farc. 'Miseravelmente o degolaram'


Guerrilha criminosa (Farc) apoiada por Chavez da Venezuela e Lula do Brasil. Assunto internacional em que a diplomacia brasileira e o PT fazem "cara de paisagem'...

Alvaro Uribe, presidente da Colombia, oferece 500 mil dólares por informações da morte de governador. Segundo governo, Cuéllar foi sequestrado e morto pelas Farc. 'Miseravelmente o degolaram', afirmou o presidente colombiano.


O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, disse em um pronunciamento na TV que está mantida a quantia de US$ 500 mil de recompensa para quem fornecer informações sobre o assassinato do governador Luis Francisco Cuéllar, sequestrado e morto nesta semana.


Uribe se manifestou na tarde de terça-feira, dizendo que Cuéllar havia sido degolado por membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). "Ainda não temos a hora do assassinato, mas sabemos que foi degolado. Miseravelmente o degolaram", disse o presidente.

O governador havia sido sequestrado e foi encontrado morto nesta terça-feira (22). Seu corpo foi achado baleado e rodeado de explosivos em Sebastopol, zona rural próxima da capital de Caquetá, departamento que governava.

"Os altos comandos me explicaram que como havia uma perseguição policial, seguramente os terroristas, para evitar os disparos, degolaram o senhor governador", explicou Uribe.

O presidente disse que as Forças Armadas têm a missão de derrotar a guerrilha e acabar com os sequestros: "Precisamos derrotar os sequestradores para que possamos resgatar os reféns que ainda permanecem" em poder das Farc.

A guerrilha mantém 24 militares e policiais reféns, alguns com mais de 10 anos de cativeiro, e sua meta é trocá-los por 500 rebeldes presos.

Uribe prestou suas condolências à família de Cuéllar, que qualificou de "homem bondoso, entregue ao trabalho honrado e ao serviço à comunidade".

Mais cedo, a governadora interina de Caquetá, Olga Patricia Vega, informou que Cuéllar, de 69 anos, ao que parece foi executado porque teve dificuldades para caminhar durante a fuga dos sequestradores.

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O site do jornal "El Tiempo" havia informado que o corpo de Cuéllar estava "próximo a um veículo incinerado empregado no sequestro", em um local a cerca de 15 km ao sul de Florencia, "com impactos de bala e cercado de explosivos".

De acordo com o noticiário CM&, o corpo não pôde ser removido imediatamente pelo exército por estar preso a vários explosivos, em uma zona minada pelos rebeldes.

Este foi o primeiro sequestro de um alto funcionário na Colômbia desde a posse de Uribe, em agosto de 2002, quando teve início a política de "segurança democrática", que privilegia a estratégia militar para combater a guerrilla.

As Farc, com mais de 6 mil combatentes, é a mais antiga guerrilha da Colômbia, com 45 anos de luta armada.

Sequestro

Autoridades colombianas disseram que a unidade Teofilo Forero do grupo rebelde das Farc foi a provável responsável pelo sequestro de Cuéllar, governador da Província de Caqueta. Um guarda policial foi morto durante o ataque a sua casa.

As Farc já controlaram grande parte da Colômbia. Mas os bombardeios e sequestros diminuiram depois que o presidente Uribe enviou tropas para retomar as áreas controladas pelos grupos armados, que passaram a financiar suas operações através do tráfico de cocaína.

Homens de uniforme carregando fuzis arrombaram a porta da casa de Cuéllar antes de agarrá-lo, disse o secretário do governador de Caqueta, Edilberto Ramon Endo, a repórteres.

As Farc ainda estão mantendo reféns 24 policiais e soldados, alguns sequestrados há mais de uma década e mantidos em acampamentos na selva. Cuellar seria o único político agora no cativeiro das Farc, dando aos rebeldes vantagem em qualquer negociação com o governo.

O sequestro do governador ocorreu assim que o grupo guerrilheiro anunciou que planejava libertar dois reféns numa entrega organizada pela Cruz Vermelha e a Igreja Católica. O estado de Caqueta ao sul da Colômbia é uma região remota, onde os rebeldes mantêm forte presença.

As Farc foram duramente atingidas pela morte de alguns de seus altos comandantes e pelo fluxo constante de deserções. Por causa de ataques constantes de militares, os guerrilheiros foram obrigados a voltar às regiões remotas. G1

Imagem: Policiais colombianos inspecionam os destroços de uma caminhonete que teria sido queimada por guerrilheiros das Farc após seqüestro Luis Francisco Cuellar. (Foto: AFP)

sexta-feira

Os homens de branco... de Lula


“Viemos de branco para sermos mais claros....”

Wellington Salgado, base alugada, guichê de Minas Gerais, setor PMDB, que apareceu no Senado nesta quarta-feira enfiado num terno de linho branco semelhante aos usados por José Sarney e Paulo Duque, induzindo a Polícia Federal a concluir que, pelos prontuários da trinca, aí tem.

Fonte

quinta-feira

O LIXO FEDORENTO PRODUZIDO POR JOSÉ DIRCEU

Foto: Shark
por Reinaldo Azevedo


Cada um faça o que quiser do seu jornal. Eu me dou o direito apenas de comentar e de fazer indagações que partilho aqui com vocês. Por que o ex-deputado José Dirceu, cassado em razão de seu comportamento indecoroso mesmo para os padrões vigentes no Congresso brasileiro, réu no mensalão, escreve artigos num jornal como a Folha? Só pode ser porque a imprensa brasileira, que os petistas chamam “mídia”, adora botar uma corda no próprio pescoço; adora encontrar um abrigo no peito no inimigo; adora flertar com aqueles que fazem de tudo para silenciá-la.


Certamente há quem acredite que devemos, em nome dos nossos princípios, ter com aqueles que nos querem destruir a tolerância que eles, em nome dos princípios deles, não têm com a gente. O resultado dessa equação é que os que odeiam a democracia ganham sempre. De resto, Dirceu conta com uma equipe, certamente paga com o que ele consegue amealhar como “consultor de empresa privada”, para produzir um site. O chato, para ele, é que ninguém lê aquela porcaria, a não ser a rede petista infiltrada na “mídia”, que, invariavelmente, se encarrega de reproduzir coisas que são escritas lá.

Dirceu odeia a imprensa — menos a que fala bem do PT, é claro — e tem seu próprio canal para escoar o lixo intelectual que produz. O que justifica que ocupe também um lugar no mundo dos vivos? Posto isso, faço um vermelho-e-azul com o artigo que ele publicou hoje na Folha.

O PROFESSOR da USP José Augusto Guilhon Albuquerque escreveu nesta Folha (9/12) crítica à visita ao Brasil do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Disse ter ficado confuso quanto ao que é paz e o que é desejável e, em exercício inaceitável de distorção dos fatos, afirma que houve cumplicidade brasileira com as atrocidades cometidas pelo governo iraniano. Primeiramente, o professor omite que o iraniano foi recebido após as visitas dos presidentes de Israel, Shimon Peres, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
A estupidez está dada já nas primeiras linhas. Peres e Abbas não são compensações à presença de Ahmadinejad no Brasil. Mas pensemos um pouco com a cabeça marota de Dirceu: digamos que fossem. Dado que o petista, como se verá, é claramente simpático à causa iraniana, entende-se que Peres — e talvez até Abbas — sejam, vejam que formidável, o “Mal” que serve de contrapeso ao “Bem”. Assim, Lula teria feito uma concessão, recebendo gente não muito decente, como os líderes israelense e palestino, para depois abrir os braços a este gigante moral que é o presidente do Irã. Tenho de notar à margem que Abbas tem em Ahmadinejad um de seus maiores inimigos: o Irã financia os terroristas do Hamas.

Quer dizer que o professor acha ruim receber Ahmadinejad, mas nada tem contra a recepção a Peres, presidente de um país que seguidamente viola as resoluções da Organização das Nações Unidas e cujo governo é responsável, pela via da força, por negar seguidamente ao povo palestino o direito de ter seu próprio país?
Dou de barato que Dirceu ignore as seguidas resoluções da ONU contra o Irã, com a diferença de que o fórum que costuma “condenar” Israel é o Conselho de Direitos Humanos, coalhado de “antiimperialistas” e anti-semitas militantes. O que realmente é formidável é a afirmação, sem quaisquer outras considerações, de que Israel nega ao povo palestino o direito a seu próprio país. Como se sabe, os pacíficos palestinos querem um país, negado por beligerantes judeus. Por que Dirceu não pergunta ao próprio Abbas o que ele pensa da “luta” do Hamas? Em segundo lugar, o que a causa palestina tem a ver com Ahmadinejad? Tivessem os palestinos o seu estado, seria outra a política do Irã?

Mas o ardil de Albuquerque veio acompanhado da ausência de leitura da cobertura que a Folha fez do encontro com o iraniano. No caderno Mundo (24/11), somos informados de que Lula “aproveitou a presença de Ahmadinejad para transmitir cobranças quase unânimes da comunidade diplomática”, deixando “claro que repudia a hostilidade aberta de Ahmadinejad a Israel” e que “o Brasil, embora busque os melhores vínculos possíveis com o Irã, tem ressalvas em relação a algumas posições do iraniano”. O jornal publicou ainda as seguintes frases do presidente Lula: “A política externa brasileira é balizada pelo compromisso com a democracia e o respeito à diversidade. Defendemos os direitos humanos e a liberdade de escolha de nossos cidadãos e cidadãs com a mesma veemência com que repudiamos todo ato de intolerância ou de recurso ao terrorismo” e “Defendemos o direito do povo palestino a um Estado viável e a uma vida digna, ao lado de um Estado de Israel seguro e soberano”.
As frases que Dirceu tão bem selecionou para indicar a suposta contraposição do governo brasileiro a Ahmadinjad deixam, então, claro que aquele senhor não respeita a democracia, a diversidade e a tolerância. Mais: deixam claro que, com efeito, ele recorre ao terrorismo.

Isso não importa, não é mesmo, professor? Afinal, a política externa que o sr. defende é a adotada no governo Fernando Henrique Cardoso, que desejava uma ordem unipolar, com os EUA dando as cartas. O professor não se incomoda com essa concepção de política externa nem com a invasão do Iraque sem autorização da ONU ou com os centros de tortura americanos mundo afora. Não há limites à hipocrisia, professor? A cumplicidade com essa submissão é que é inaceitável.
Aqui, a delinqüência intelectual de sempre com o governo ao qual os petistas devem, na prática, a sua própria existência por razões tantas vezes elencadas. A ordem multipolar petista compreende o apoio a um terrorista como Ahmadinejad, a proteção ao genocida do Sudão, o apoio a todas as transgressões à ordem democrática dos bolivarianos, o flerte com os narcoterroristas das Farc. Os EUA e aliados atacaram o Iraque em março de 2003. Lula já era presidente da República — logo, o governo anterior, de FHC, não pôde se pronunciar a respeito daquele fato em si e de outros que dele decorreram, como as acusações de tortura. As ilações de Dirceu são descabidas porque mentirosas.

A diretriz do governo Lula para a política externa é, reconhecidamente, responsável pelo papel de destaque no mundo que o Brasil conquistou.
É mentira! Essa política externa que apóia tudo quanto é bandido mundo afora não trouxe um centavo para o Brasil. A boa posição que o país ocupa na economia mundial nada deve à política externa. Desafio Dirceu a provar com números. Ele não vai porque sabe que se trata de uma clamorosa, vergonhosa e absoluta MENTIRA!

Ela se pauta, entre outros fatores, pela compreensão de que nossos interesses nacionais serão tão mais ressonantes quanto maior for o caráter multipolar da nova ordem internacional. E esse caminho passa por integrar os países em desenvolvimento e seus blocos regionais e por construir novas pontes diplomáticas.
Embromação disfarçada de retórica integracionista. O Irã não integra “bloco” nenhum — ou ele diga qual é. Nem os países árabes vêem com bons olhos a hipertrofia dos seus , no mais das vezes, inimigos persas do xiismo. O único bloco que o Irã integra é o dos países párias, que ameaçam a ordem internacional com o apoio ao terrorismo.

O Brasil não aceita o jogo da vilanização, cujo único propósito é reforçar a supremacia de uma superpotência e seus aliados.
O patriotismo é último refúgio dos canalhas. E o antiamericanismo é o penúltimo dos canalhas latino-americanos.

O presidente Lula age como interlocutor de distintos parceiros, com respeito à autodeterminação e mantendo sempre como horizonte estratégico a superação do unilateralismo como caminho único para a paz.
Sem dúvida! Como Chamberlain e Daladier dialogando com Hitler em nome de um mundo mais plural…

A passagem de Ahmadinejad pelo Brasil serviu também para que a comunidade internacional se fizesse ouvida pelo iraniano. E Lula deixou isso claro no encontro.
Claro, o mundo precisa ouvir Ahmadinejad. Precisamos lhe dar o palco para que ele defenda a destruição de Israel (ele não recuou) e para que ele negue o Holocausto (ele não recuou). Com efeito, José Dirceu: se não for Lula a lhe dar tal chance, quem será?

Se o professor escolheu torcer os fatos, não pode alegar desconhecimento de que a principal ameaça à paz mundial é a existência de um mundo unipolar.
O período não faz sentido. Ainda que fosse uma bobagem, o certo seria escrever: “Se o professor NÃO ESCOLHER torcer os fatos…” Afinal, para não “alegar” o desconhecimento — e, pois, expressar o reconhecimento de um ponto de vista que é do próprio Dirceu —, o professor teria de escolher apegar-se àquilo que Dirceu considera os fatos… É uma questão de linguagem e de lógica. Dirceu atrapalhou-se com uma espécie de dupla negação que há em “NÃO pode alegar DESconhecimento”. É coisa típica de uma mente um tanto perturbada, que não consegue distinguir o certo do errado, o bem do mal e, como estamos cansados de saber, o mocinho do bandido. Daí a escolha invariável dessa gente pelo errado, pelo mal… e pelo bandido!

As principais guerras recentes (Iugoslávia, Iraque, Afeganistão) foram produto desse desequilíbrio.
Como é que é? O que tem a “guerra da Iugoslávia” a ver com a do Iraque e com a do Afeganistão? Digamos, para efeitos de pensamento apenas, que a do Iraque tenha sido injustificada. Mesmo no mundo perturbado de Dirceu, a intervenção americana no Afeganistão padece da mesma falta de motivos? E a da Iugoslávia? O Ocidente deveria ter permitido que a limpeza étnica se consumasse, inclusive contra os islâmicos da região? Dirceu não sabe o que diz. Ou, pior, sabe, como demonstra o parágrafo seguinte.

Mesmo o terrorismo islâmico tem como uma de suas razões históricas a hipertrofia dos EUA e do sionismo no Oriente Médio, que condenam o povo palestino a ser uma nação sem Estado, os países árabes a um cerco permanente e o Irã a uma ameaça constante de agressão militar por parte de Israel.
Entenderam? O terrorismo é uma reação à hipertrofia dos EUA e ao sionismo. Assim, entende-se, é preciso antes dar um jeito nessas duas deformações. Segundo Dirceu, é Israel quem ameaça permanentemente o Irã, não o contrário. Agora entendi: os verdadeiros culpados pelos atentados de 11 de setembro foram as próprias vítimas. Quando um terrorista palestino joga foguetes em Israel ou explode um bomba num ônibus ou numa pizzaria, os culpados por isso são os judeus. Faltava-nos esta iluminação: para Dirceu, o terrorismo, que qualquer pessoa decente considera sempre culpado, é inocente quando ataca e quando é atacado.

Os sucessivos acordos de paz fracassados pedem que outros países, como o Brasil, contribuam com uma interlocução positiva no Oriente Médio. Por isso, receber Ahmadinejad foi, sim, uma decisão acertada.
Está dada qual é a”contribuição positiva” que o Brasil tem a dar: apoio ao terrorismo e às ditaduras e censura às democracias americana e israelense. E não pensem que Dirceu fala por si mesmo. Ele vocaliza o pensamento petista. Felizmente, o mundo começou a se dar conta dessa picaretagem. Já percebeu que o Brasil resolveu ter os párias como aliados.

Concluindo
Por que um jornal como a Folha precisa de Dirceu? Respondo como leitor: talvez porque, a exemplo do resto da grande imprensa, o jornal esteja preocupado em demonstrar que é plural e não tem lado. Eis um gigantesco equívoco mesmo segundo esse princípio.

A grande imprensa, entendo, tem mesmo de ser plural, o que, convenham, de hábito, não é. Cadê as vozes críticas à tese do aquecimento global, para citar um exemplo quente? A defesa do terrorismo, no entanto, deve fazer parte da pluralidade aceitável? Quando Dirceu livra os terroristas de suas responsabilidades, ele os defende por vias oblíquas. Acatar tal voz não revela pluralidade, mas concessão à defesa de um crime de lesa humanidade. “Ah, é importante saber o que eles pensam”. Para tanto, ele conta com os seus próprios meios.

Eis aí o verdadeiro PT! O mensaleiro Dirceu, pensando essas porcarias, é hoje um dos principais articuladores da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência.

Com a serenidade possível, sem paranóia, os judeus que vivem no Brasil, brasileiros ou não, devem refletir profundamente sobre as palavras de Dirceu. O anti-sionismo sempre foi um excelente armário para esconder o anti-semitismo. Não ouso dizer que Dirceu seja um anti-semita por convicção porque lhe faltam cultura política e informação mesmo para escolher essa ignomínia. Deve-se prestar atenção às escolhas de um governo, de um partido, de um político. O governo Lula, o PT e José Dirceu escolheram o Irã de Ahmadinejad. E a escolha de Ahmadinejad, como sabemos, é destruir Israel e, por conseqüência, os judeus. É ele quem diz isso, não sou quem lhe atribui tal intenção.

Ah, sim: se judeus há no PT, aí já considero que não seja matéria de política, mas de psicanálise. Cumpre saber a origem psíquica da atração pelo algoz.

imagem:charquinho.weblog

terça-feira

Festa sexy no convento... de Sarney

“Sexy House” - Festa no Convento das Mercês teve ampla divulgação e houve até distribuição de camisinhas para os 1,5 mil presentes. Foto: Reprodução

Por João Bosco Rabello

Com os patrocínios minguando desde o recente escândalo envolvendo suas contas, a Fundação José Sarney parece ter partido para o tudo ou nada: no último dia 7, alugou o Convento das Mercês, onde está abrigada, para a realização de uma festa nada ortodoxa, que, por uma noite, mudou o nome do local para “Castelo da Fantasia” no qual o público era convidado a “libertar suas fantasias”, ao som das garotas da Female Angels, cuja especialidade é o “Sexy House”.

Uma festa para maiores de 18 anos, conforme adverte o convite, e, certamente, de ruborizar as freiras outrora residentes ali. Mas como em São Luís nada soa anormal, a festa teve ampla divulgação, inclusive pela internet e houve até distribuição de camisinhas para os 1,5 mil presentes, segundo o organizador, Alexandre Maluf, contou ao repórter do Estadão, Rodrigo Rangel. Ele só não admitiu dizer quanto pagou à Fundação José Sarney. “Isso eu não vou dizer, mas garanto que foi tudo legal, levei ofício lá, e o contrato estava fechado há bastante tempo”.

E Alexandre Maluf tem medo. “Cuidado com o que você vai escrever porque aqui as coisas são complicadas, estamos na terra do homem que manda no Brasil até hoje”.

Construído em 1654, o imponente Convento das Mercês pertencia ao governo do Maranhão até 1990, quando em uma canetada o então governador João Alberto, aliado político da família Sarney, concordou em doá-lo para a Fundação da Memória Republicana, mais tarde rebatizada como Fundação José Sarney.

Até hoje, funciona ali o museu que Sarney erigiu para guardar a memória de sua vida política. O local conserva documentos e fotografias do período em que foi presidente da República, presentes que recebeu de outros mandatários em viagens ao exterior e até desenhos feitos na infância pelos seus filhos. No térreo do prédio, um mausoléu onde pretendia ser sepultado.

Para manter sua fundação, Sarney conta com a ajuda de empresários amigos e, claro, dos cofres públicos. Um dos patrocínios mais polêmicos veio da Petrobrás: R$ 1,3 milhão para que a fundação digitalizasse seu acervo. Como Rodrigo Rangel apurou à época para o Estadão, o serviço não foi feito. Mas a petroverba foi gasta. Pelo menos R$ 500 mil foram parar em contas de firmas fantasmas e empresas da própria família Sarney.

Paralelamente às benesses estatais, a Fundação arrecada dinheiro com o aluguel do local para eventos privados, como a festa sexy do último dia 7.

No início do ano, a Justiça Federal determinou que Sarney devolva o convento ao poder público, por se tratar de um patrimônio histórico tombado. A decisão ainda não foi cumprida, mas o senador já anunciou que fechará as portas do museu. Não necessariamente por causa da sentença, mas porque, segundo ele, a fundação já não consegue mais doações devido à “exposição negativa a que a instituição passou a ser submetida por alguns órgãos da mídia”.

sábado

O presidente Lula e a corrupção


Editorial Estadão

Há anos tramitam no Congresso pelo menos 4 propostas similares àquela, entre cerca de 70 com o mesmo objetivo. É como se, nessa esfera, o governo Lula não tivesse entrado para a história com a operação de compra sistemática de votos na Câmara dos Deputados, que introduziu no léxico dos costumes políticos nacionais o termo mensalão.

Há quatro anos, revelado o mensalão petista, Lula não se cansou de dizer que não sabia o que estava acontecendo nas suas barbas, embora tivesse sido advertido pelo menos duas vezes para os fatos que viriam a ser atestados pelo procurador-geral da República. À época, ainda chegou a admitir que os seus companheiros cometeram um "erro". Agora, nem isso...



O projeto de lei que endurece as penas para os crimes de corrupção, assinado na quarta-feira pelo presidente Lula, evidentemente já germinava no Planalto muito antes de rebentar o escândalo que envolve o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Mas o chamado mensalão do DEM foi providencial para o presidente. Proporcionou-lhe a oportunidade de aparecer nos telejornais também como o paladino da integridade nos negócios públicos, como se nunca antes na história deste país um político ousasse tanto na defesa do patrimônio comum. Na realidade, há anos tramitam no Congresso pelo menos 4 propostas similares àquela, entre cerca de 70 com o mesmo objetivo. É como se, nessa esfera, o governo Lula não tivesse entrado para a história com a operação de compra sistemática de votos na Câmara dos Deputados, que introduziu no léxico dos costumes políticos nacionais o termo mensalão. Sem falar que alguns dos melhores aliados do presidente não são, como se dizia, de entrar em casa de família ? embora entre esses "alguns" nenhum tenha "cara de anjo".

Nada disso inibiu Lula ao anunciar, no Dia Internacional Contra a Corrupção e no estilo que domina admiravelmente para se fazer ouvir pelo povo, a iniciativa de tornar mais rigorosa a punição dos corruptos. Quando se tratar de altas autoridades dos Três Poderes e dos três níveis de governo ? o presidente, governadores, prefeitos, ministros, secretários, parlamentares, dirigentes de autarquias e empresas estatais, desembargadores, juízes, promotores, comandantes das Forças Armadas ?, os seus delitos serão considerados crimes hediondos, o que privará os culpados do direito à fiança e ao indulto. Eles poderão ficar presos temporariamente por até 60 dias (em vez de 10, como é hoje). Condenados, a sua pena mínima aumentará dos atuais 2 anos para 8. Para o funcionalismo em geral, a mínima subirá de 2 anos para 4. A máxima, nos dois casos, será de 12 anos. Os delitos tipificados são corrupção ativa e passiva, peculato (quando o agente público rouba ou permite que outros roubem) e concussão (quando exige um pagamento para fazer ou deixar de fazer algo).

Bem ao seu modo, Lula apresentou o projeto como "mais um degrau no combate à safadeza com o dinheiro público". E se pôs a teorizar sobre as dificuldades de combatê-la. "Às vezes, a corrupção é como uma droga", ensinou, com a costumeira técnica de repetir palavras para dar força de verdade ao argumento. "Tem um pai que vê na televisão um adolescente sendo pego por droga, ele acha que é só o filho dos outros que tem droga. Ele não sabe que o filho dele está queimando um "baseadinho" no quarto. A corrupção é assim. Às vezes, ela está dentro da tua casa, ela está na tua porta e você não sabe." Há quatro anos, revelado o mensalão petista, Lula não se cansou de dizer que não sabia o que estava acontecendo nas suas barbas, embora tivesse sido advertido pelo menos duas vezes para os fatos que viriam a ser atestados pelo procurador-geral da República. À época, ainda chegou a admitir que os seus companheiros cometeram um "erro". Agora, nem isso. A denúncia, disse recentemente, foi uma "armação" para derrubá-lo.

Mas desde quando Lula se preocupa com a coerência? A mesma imprensa a que critica por tratar os suspeitos de corrupção como corruptos consumados, supostamente atropelando o princípio da presunção de inocência ? e cuja função, para ele, deveria ser informar e não fiscalizar ?, de repente foi promovida a instrumento de defesa da sociedade contra os malfeitores no setor público. "Prefiro que saia manchete para a gente poder investigar", concedeu, "do que não sair nada, e a gente continuar sendo roubado e continuar não sabendo o que está acontecendo." Só faltou acrescentar: no governo do Distrito Federal, chefiado pelo DEM. Justiça se lhe faça num ponto, no entanto. Ele não sucumbiu à tentação de prever que a corrupção desaparecerá quando o seu projeto virar lei. "Obviamente" isso não acontecerá, afirmou. Só não tirou as devidas consequências dessa verdade quando falou de países onde existe pena de morte "e assim mesmo as pessoas continuam praticando corrupção".

O problema, obviamente, não se esgota no desejável rigor das penas. O que conta é a certeza de que serão aplicadas. Levantamento da Associação dos Magistrados Brasileiros mostra que o STF jamais condenou uma autoridade por corrupção.